segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê.



E então acontece. Algo que nunca, ninguém esperou vir de você.
Aí, a gente chora, esperneia, duvida, questiona, fica com raiva, sente culpa e, então, chora de novo, mas agora com um novo “quê” no ar. Agora, o choro vem com gosto não de revolta pelo que aconteceu, mas pelo que não aconteceu. A gente pensa que poderia ter feito algo, que se não tivessemos feito isso ou dito aquilo as coisas poderiam estar diferentes. Pensa-se nos passeios não dados, nas ligações que poderiam Ter sido realizadas..
Aí a gente chora de novo.... E então, com isso, vem a nostalgia.. As lágrimas não são mais somente de raiva ou culpa, elas começam a descer com gosto de lembrança da infância passada junto, das brincadeiras feitas em conjunto e das risadas (e que risadas) que ria-se quando estava todo mundo junto! Aí, a gente chora de novo...E agora, misturado com a raiva, a culpa, a nostalgia, soma-se a saudade. A certeza de que nunca mais (pelo menos nesse plano físico) será possível dar aquele abraço de urso, jogar um futebol, beber junto, ouvir o timbre suave da voz ou olhar no profundo daqueles olhos castanhos que diziam tudo, e agora não dirão mais nada...

Então, a gente chora de novo...e estas lágrimas, que escorrem salgadas pelo rosto, que caem pesadas e secam sem sequer tocar o chão, possuem o gosto da dor, misturado com a saudade, com a tristeza e com o sentimento de porque aquela pessoa...

Mas, então o tempo passa (ah ele há de passar), e essas lágrimas vão se tornando menos agressivas, menos amargas... Até chegar ao ponto em que tais lágrimas se tornam amenas, suaves e doces, pois temos a certeza de que embora a presença tenha se perdido, o amor sentido jamais se perderá dentro de nós e cada momento de agora em diante deve ser vivido de forma única a se aproveitar o que restou da vída (e quem restou em vida). Afinal, o AMOR perdura entre vida e até após a morte.



Texto em homenagem ao meu tio, Eliomar Arcanjo, que por mim É muito, muito, muito, amado. ( e,. por ele, decidi que por mais triste e sem vontade de escrever que eu estava, ELE merecia meu esforço.. E agora, com a certeza de que o blog, que faz parte de mim, tem que continuar, pois parte de mim ainda vive!)

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